O escritor Mia Couto, disse, numa entrevista concedida ao
jornal Canal de Moçambique que os números de infectados pelo COVID-19 relatados
pelo Ministério da Saúde não constituem a realidade, Couto, assim se posiciona
pela fraca capacidade de testarem do país.
O Instituto Nacional de Saúde desde que a epidemia chegou
ao país, testa por dia pouco mais de 70 amostras suspeitas, embora o centro
tenha capacidade de testar 600 amostras diariamente.
Couto diz que mesmo nos países que se testa milhares de
pessoas por dia, os números são enganosos.
Segundo a linha de pensamento do autor, olhando para o
contexto moçambicano, a prevenção deve ser a palavra de ordem. Pois, o cenário
de testarem é reduzida, os testes são direcionados para grupos de maior risco,
como médicos.
Num contexto destes, o escritor considera a discussão de
subsídio de integração para os deputados um acto assombroso. “ Se não houver
redistribuição da riqueza, se se mantiver a distância criminosa entre os poucos
que tem tudo e muitos que não têm nada, nós não estaremos a ajudar não apenas a
este vírus, mas não venceremos a outra doença que se chama injustiça social”.
O escritor classifica a actividade da polícia Municipal
como excesso de zelo, pelo que chegou a suspender actividades de vendedores
ambulantes “interditou actividades de informais de venda de castanha-de-caju,
coco e cana-de-açúcar e outros”. Nestes casos, Couto, defende o uso massivo e
correcto das máscaras para evitar a paralisação destes negócios.
Numa outra intervenção defendeu que apesar da postura
deontológica dos médicos não revelar a identidade dos pacientes com COVID-19,
as figuras públicas podiam revelar seu estado, caso contraíssem a doença por
lidarem com muita gente. Esta atitude facilita a identificação de contactos e
permite melhor isolamento dessas pessoas.
Fonte: ocotidiano.co.mz
Fonte: ocotidiano.co.mz
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